- No diagnóstico da doença arterial coronariana (DAC) o clínico não deve fugir das bases acadêmicas da anamnese e do exame físico. Exames subsidiários nem sempre precisam ser solicitados e devem obedecer a uma hierarquia, sempre com o objetivo de ajudar no diagnóstico, no prognóstico e na decisão terapêutica.
- A presença de placas ateroscleróticas nas artérias pode não levar à ocorrência de sintomas, mesmo quando exames adicionais mostram a sua presença.
- Embora os testes não invasivos sejam de enorme valia para o diagnóstico de DAC, só devem ser indicados nas situações em que a probabilidade de doença é pelo menos intermediária.
- Em pacientes com probabilidade pré-teste elevada e sintomáticos, a cinecoronariografia pode ser o exame de eleição, mesmo antes dos testes não invasivos.
- A decisão terapêutica tem se tornado um desafio, pois recentemente tem sofrido sensível mudança de paradigmas, visto que as evidências científicas nos direcionam cada vez mais para o tratamento clínico.
- A decisão da terapêutica no paciente com doença coronariana depende de vários fatores: intensidade de sintomas, resultados de testes não invasivos, risco de morte (estratificação de risco) e a possibilidade de intervenção, percutânea ou cirúrgica.
- Em situações de difícil decisão, é altamente recomendando pelas sociedades médicas que haja um consenso obtido pelo Heart Team, grupo composto por clínicos, intervencionistas e cirurgiões, levando também em conta o desejo do paciente, com o propósito de oferecer o melhor caminho terapêutico.
Referência: Consolim-Colombo, F. M., Izar, M. O., Saraiva, J. K. Tratado de cardiologia SOCESP 4a ed.