Método mnemônico CardioSite na leitura do Eletrocardiograma (ECG).
Muita gente aprende a interpretar o ECG, mas na hora de analisar e/ou laudar não sabe muito bem qual sequência utilizar no laudo descritivo. Sabemos que tudo no ECG precisa ser avaliado sem deixar passar nada de importante, e que muitas vezes fica difícil recordar de todos os detalhes que devem ser analisados. Por isso, a equipe CardioSite do Curso de Interpretação Clínica do Eletrocardiograma criou um método mnemônico exclusivo para ajudar nossos alunos, clínicos e cardiologistas na hora de descrever o traçado eletrocardiográfico.
Cabe ao médico não somente compreender a sequência de interpretação, mas, sobretudo, conhecer profundamente todas as nuances que envolvem a análise do ECG. Para tanto, recomendamos a leitura da III Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre análise e emissão de laudos eletrocardiográficos.
Para facilitar a recordação de toda sequência de análise, a equipe CardioSite criou para seus alunos e leitores um método mnemônico que ajuda muito na hora de elaborar o laudo descritivo. Da mesma forma, esse método também ajuda durante a interpretação para que todos os pontos importantes possam ser analisados de forma adequada. O método mnemônico é “PADRÃO REI DAMA”, sendo que “PADRÃO” é o que devemos avaliar antes de qualquer outra coisa no ECG, ou seja, ver se a amplitude e velocidade estão padronizadas. Um erro muito frequente que muitos cometem na hora de analisar o ECG é: não olhar a padronização assim que inicia visualmente a análise eletrocardiográfica. Realizar o eletrocardiograma no paciente requer alguns cuidados em relação ao equipamento, mas muitas vezes o pessoal não é treinado adequadamente neste manejo. Dessa forma, em muitas ocasiões a velocidade e amplitude do equipamento estão de algum modo o dobro ou metade do chamado padrão que é de 25 mm/s de velocidade e 1mV de amplitude (10 quadradinhos). A velocidade de 50 mm/s simula uma bradicardia com alargamento das ondas, enquanto que uma velocidade de 12,5 mm/s simula uma taquicardia com uma menor duração de todas as ondas. Em relação ao padrão de amplitude, o normal é N (1mv ou 10 quadradinhos na vertical), mas N/2 (metade) ou 2N (dobro) pode levar a erros na interpretação se isso não for visualizado por quem avalia o ECG. É claro que em alguns casos específicos e pontuais, depois de analisar o ECG no modo “padrão”, é necessário dobrar a amplitude (2N) ou reduzi-la (N/2), ou ainda, menos comum, dobrar a velocidade 50 mm/s ou reduzi-la para 12,5 mm/s. Para saber se o traçado está no “PADRÃO”, basta voltar os olhos para o ECG conforme mostrado abaixo e identificar a velocidade / amplitude ou olhar para o traçado no formato de retângulo apontado pela seta:
Após análise da padronização, uma sequência de verificações deve ser realizada para que nada seja perdido na interpretação. Lembrando da frase mnemônica “PADRÃO REI DAMA”, cada letra agora da frase “REI DAMA” corresponde a uma sequência de análises conforme ilustração abaixo:
Portanto, a frase “PADRÃO REI DAMA” ajuda muito na hora de analisar e/ou laudar o ECG. Devemos ter em mente que a sequência de análise é fundamental, porém ainda mais importante é o conhecimento sobre a interpretação do ECG e sua relação com as diversas patologias do coração. Fique atento (a) ao Curso de Interpretação Clínica do Eletrocardiograma CardioSite. Todo semestre temos novas turmas presenciais com aulas didáticas e de fácil assimilação. Seja você também um aluno CardioSite!