Os distúrbios hipertensivos da gravidez estão entre as principais causas de mortalidade materna em todo o mundo. O tratamento farmacológico rápido é frequentemente necessário para evitar resultados adversos. As mulheres grávidas com urgência hipertensiva são frequentemente tratadas com Labetalol ou Hidralazina por via intravenosa (IV). Em áreas com recursos limitados, os medicamentos IV podem ser um desafio devido à falta de refrigeração, suprimentos, monitoramento ou pessoal treinado. Portanto, este estudo comparou diretamente três regimes orais (Labetalol, Nifedipina e Metildopa) e constatou que cada um deles era uma opção viável. A Nifedipina foi significativamente mais eficaz que a Metildopa, mas a Nifedipina não é listada especificamente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como medicamento oral para o tratamento da hipertensão grave. Em contraste, o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia lista Labetalol IV e Hidralazina como tratamentos de primeira linha, mas também sugere que a Nifedipina oral de liberação imediata pode ser considerada de primeira linha, principalmente quando o acesso IV não estiver disponível. Como os atrasos na terapia podem levar a resultados adversos, é importante iniciar rapidamente o tratamento com medicação oral, principalmente quando o acesso IV não está disponível.
Métodos:
Pacientes em dois hospitais públicos de Nagpur, na Índia, foram incluídos num estudo controlado paralelo, aberto e randomizado. Os critérios de inclusão foram gestantes com idade gestacional ≥ 28 semanas com hipertensão grave (pressão arterial sistólica ≥160 mm Hg ou diastólica ≥110 mm Hg). O tratamento foi aleatoriamente designado para: 10 mg de Nifedipina, 200 mg de Labetalol ou 1000 mg de Metildopa (todas orais). Os grupos de tratamento com Nifedipina e Labetalol receberam medicação horária escalonada se a hipertensão persistisse, mas o regime de metildopa foi uma dose única sem escalonamento. O desfecho primário foi o controle da pressão arterial em 6 horas sem desfechos adversos (definidos como pressão arterial sistólica entre 120-150 mm Hg e pressão arterial diastólica 70-100 mm Hg).
Resultados:
Das 2.307 gestantes examinadas, 1.413 foram excluídas (inelegíveis, recusaram-se a participar, tiveram eclâmpsia iminente, em trabalho de parto ativo ou em combinação). As 894 mulheres restantes foram designadas aleatoriamente por intenção de tratar: 298 (33%) mulheres para Nifedipina, 295 (33%) mulheres para Labetalol e 301 (33%) mulheres para Metildopa. O desfecho primário (meta de pressão arterial em 6 horas) foi alcançado com mais frequência em mulheres tratadas com Nifedipina, que foi significativamente maior do que as do grupo Metildopa (249 [84%] vs. 320 [76%]; p = 0,03), mas não significativamente maior do que entre as mulheres tratadas com Labetalol (249 [84%] vs. 228 [77%]; p = 0,05). Não houve diferença significativa entre os grupos Nifedipina e Labetalol (p = 0,80). Eventos adversos foram incomuns: uma (<1%) paciente no grupo labetalol teve uma convulsão intraparto,
Conclusões:
Cada um dos três anti-hipertensivos orais diminuiu a pressão arterial adequadamente na maioria das mulheres grávidas. A Nifedipina alcançou a pressão sanguínea desejada com mais frequência do que o Labetalol ou a Metildopa, mas as três são opções viáveis e podem ser úteis em ambientes com poucos recursos.
Artigo completo AQUI